sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

QUANDO AQUELE DIA MORREU - POEMAS DE LUZ E SOMBRAS

   NALDOVELHO

   Quando aquele dia morreu
   eu abri uma garrafa de vinho
   e brindei zero hora,
   saí mundo afora
   sem promessa nem planos
   e em minhas malas
   pouca roupa, muitos sonhos,
   coisas preciosas, guardados,
   segredos só meus, delicadezas.

   Quando aquele dia morreu
   eu não chorei minhas dores,
   abri a porta, espantei a névoa,
   colei em meu rosto
   um sorriso abusado,
   escrevi poemas
   em homenagem aos meus tombos,
   e a cada ferida curada,
   mais uma garrafa de vinho,
   me embebedei!

   Quando aquele dia morreu
   eu não quis saber de saudades,
   rasguei seus retratos, suas cartas,
   contei para mim mesmo
   um monte de mentiras,
   andei por madrugadas
   banhadas de orvalho,
   amanheci solitário,
   envolto em sutilezas
   e sem ter mais nada a perder.


Um comentário:

  1. Maravilhoso querido amigo Naldo Velho. Parabéns por tanta sensibilidade. Daisy Jael.

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