quinta-feira, 13 de abril de 2017

UMA VELA ACESA NUM QUARTO ESCURO

    NALDOVELHO

    Uma vela acesa num quarto escuro,
    a necessidade de derrubar um muro,
    é preciso abrir tramelas, portas, janelas, cancelas,
    refletir sobre as coisas que a vida nos revela,
    caminhar noite adentro, madrugadas ao relento,
    viajar com as asas que temos por dentro,
    atravessar ruas, dobrar esquinas,
    aprender passo a passo sobre o que a dor nos ensina,
    quebrar correntes que nos mantém em clausura,
    buscar no carinho ofertado um verso de ternura,
    é preciso colher os frutos trazidos pela inquietude,
    semear esperanças, buscar amplitudes,
    tirar a venda que nos impede a visão,
    libertar a palavra aprisionada em minha solidão.

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