terça-feira, 23 de maio de 2017

ATÉ QUANDO?

    NALDOVELHO


    Sobre a pedra polida e fria
    a água se espalha
    em busca de um caminho.
    Sob a pele que permeia o dia
    um leito ressequido de rio.
    Sob a rua enluarada
    os intestinos da cidade.

    Da janela do meu quarto
    eu percebo no horizonte
    pássaros em revoada
    em busca de um oásis distante.

    Minha alma chora,
    mas ainda é cedo para ir embora.
    Não há nada de novo nas horas,
    tudo é hoje como era antes.

    E uma voz numa prece suplicante
    pede ao Pai por piedade,
    pois eles não sabem o que fazem...

    Até quando?



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